Vida

Posso dizer sem dúvida alguma que agora me sinto muito mais feliz. Desde que deixei aquilo que me fazia mal para trás. Estou a cuidar mais de mim, já consigo controlar melhor a minha saúde, coisa que antes não conseguia. Aos poucos e poucos vou baixando as médias. Há um mês que deixei a pílula. Não porque quero engravidar, mas porque já a tomando há quase 8 anos, sabendo os efeitos secundários que tem, não deixa de ser uma hormona, tal como a insulina é uma hormona, decidi fazer um teste, para ver os resultados que tem no meu sistema e no corpo. Aquela coisa chata da tpm está menos chata, não tenho tantos sintomas nem fico tão irritada. Dores não tenho sentido, por isso agora é ir vendo como isto fica. Às vezes a vida prega-nos partidas, em que nos assustamos e percebemos o que andámos a fazer antes, que tem consequências. Depois de 3 anos a olhar para ecrãs, de conjuntivites, de deixar de usar lentes diariamente, há um ano passei a usar óculos, quem costuma ter os olhos secos sabe o que é ter de aplicar gotas todos os dias, e assustei-me porque apareceram mais vasos nos olhos, começou antes de ir a Paris, andei duas semanas preocupada até fazer exames, desde a pressão dos olhos, o exame de retinopatia, e estava tudo normal, só aumentei a miopia em 0,25 num ano. Não imaginam o alívio que foi para mim saber que não tinha nenhum problema. Sendo diabética há 15 anos tenho pânico das complicações, se um dia ficar cega, ou das amputações. É assustador. A saúde é a coisa mais importante da nossa vida. Se não cuidarmos dela depois podemos sofrer as consequências. 
Às vezes temos de parar e olhar à nossa volta, ver o que queremos para nós, eu não gostava da pessoa em que me estava a tornar naquele trabalho, custa estar desempregada é verdade, mas custa mais andar doente e com problemas de saúde. Não ando parada. Ando a tirar um curso, que vai ser uma mais valia para mim e é uma coisa que gosto. E ao mesmo tempo é uma maneira de treinar, a universidade vai dar muito trabalho, mas é uma coisa que quero, superar-me, aprender mais, ser a pessoa que quero ser. Não é fácil, nem vai ser, mas eu não sou pessoa de desistir. Por fora pareço uma menina, ainda me dão 22 anos, estando quase nos 26 (já?) :D e cada vez mais me apercebo de certas coisas, há sempre pessoas más e interesseiras e que nos querem ver mal. Então no trabalho... Muitos não valorizam as pessoas, querem tudo, como se fossemos escravos, e depois a valorização monetária, um obrigado, nada. Não sou pessoa de falar muito, só falo o que me interessa. Sou mais de observar. Estou quieta no meu canto com milhões de pensamentos cá dentro.  Sei o que quero e luto por isso. Não gosto de clichés, como aquela de "escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho". Dá ideia de que se fazem isso já fizeram tudo na vida, estão completos. Isso não podia estar mais errado, do meu ponto de vista. Quero estudar, cuidar de mim, ter saúde, tornar-me melhor pessoa. Sou uma tia babada, custa muito estar longe do meu lindo, mas a minha vida é aqui, junto do meu maridão com mau feitio. A vida na cidade é stressante, mas consigo ter mais paz de espírito do que quando estou na terra. Aqui faço a minha vida. Construo o meu futuro. Quero mais para mim. Ter uma vida melhor, um trabalho que me realize, aproveitar mais a vida, tornar-me mais. Se não lutarmos pelo que queremos ninguém o faz por nós. Estamos sempre a aprender. Há que valorizar os momentos. Crescer. Não acredito muito em sorte nem nada disso, as coisas acontecem porque sim. 
Beijinhos*

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