Desabafo

Num mundo onde cada vez há cada vez mais "mostrar" e não "ser", fico a pensar será que há pessoas que ainda têm conteúdo? Digo isto porque é o que me parece, se já o sentia antes de vir para Lisboa, agora ainda mais. Para quê tanta futilidade? Onde estão as pessoas genuínas, sinceras, sem segundas intenções? Para quê tanta treta de mostrar o que se tem? Há quem tenha trabalho mas seja incompetente, cínico, ando cansada de gente falsa. Hei-de sempre apanhar algumas, que remédio. E já agora para quê tanta inveja e desdém? Sinceramente não sei. Eu não sou assim. Podia enumerar as minhas qualidades, mas também tenho defeitos, também erro. Agora quando tentam gozar com a minha cara e pensam que sou uma tótó que não percebe as coisas, estão muito enganados. É preciso ter muita paciência e fingir o jogo também, já apanhei algumas "cabras" na vida, que me tentaram lixar, por isso venham elas que estou cá para lhes mostrar quem sou. Eu posso ser muito boa pessoa, não gosto de confusões, vivo a minha vida, o meu sexto sentido nunca se engana com as pessoas, quando são boazinhas pela frente e cortam na casaca por trás, cinismos e tretas assim, epá, estou habituada, se são assim eu sou mais forte e superior que isso. Às vezes sinto-me numa selva, onde o mais cínico e "filho da mãe" é que são privilegiados. Acredito no karma, e que quem é assim um dia tem o que merece. Não gosto de perder o meu tempo com quem não merece. Um dia hei-de conseguir o que quero, e hei-de lutar por isso. Mas às vezes dá-me vontade de rir, ver certas pessoas a acharem-se melhor que eu, a tentar competir comigo. Coitadinhas, não têm que fazer, nem vida própria. Eu tenho uma vida real, tenho dias maus e dias bons, trabalho, vou ao ginásio, arrumo a casa, planeio os dias de folga de maneira a descansar alguma coisa, e relaxar, fins de semana sempre a trabalhar, infelizmente. Já não vejo os meus pais, irmão, e o meu lindo desde que casei. Custa-me muito, então quando falei com ele e perguntou "tia quando é que voltas?" e deu-me vontade de chorar. Custam tanto as saudades. Até dos gatinhos. É difícil, muito. Depois de saber que ele anda mal na escola, por várias razões mas a principal eu sei porquê. Estar um mês e meio, quase dois meses sem os ver. Muitas vezes me pergunto para quê? Trabalhar que nem uma escrava, andar mal, com ansiedade, a ganhar uma miséria, para quê? Ainda há dias tive de ir a uma consulta e deixei lá um terço do ordenado. Andar com a saúde um caco, em que o que me tem salvado é ir ao ginásio, senão já tinha explodido. Enquanto não arranjar melhor é o que há. Eu sei que já digo isto há meses, o que faço não é o que sou, tenho capacidades para mais, e vou lutar por melhor. Não sou de desistir. Se cair levanto. Sempre fui assim. Já passei momentos muito maus. Sei quem sou. O que quero para a minha vida. Em breve está para acontecer uma mudança em mim. Por dentro e por fora. A vida é dura, custa a todos. Mas uma coisa digo, podem pisar, gosar, etc, eu sou uma pessoa forte. Uma mulher de armas. Este blog é o meu espacinho, privado. Eu posso ter fragilidades, mas se se metem comigo ou com os meus... o meu outro lado vem ao de cima. Sou carangueja, muitas descrições batem certo, mas quando fazem guerra comigo posso virar furacão, fria e dizer verdades que custam a ouvir. Tenho dito. Isto está grande.