Simplicidade


É verdade é que desde que começou o ano, ou até no final do ano 2019, sentia que este ano ia ser de pausa. Feeling ou sexto sentido não sei. Apesar de tudo o que é mau neste vírus, também não adianta viver constantemente com medo, há sim que ter precauções, evitar contactos, usar máscara, lavar as mãos, tudo isso. Mas este tempo também veio trazer outra maneira de ver as coisas. As coisas simples, como ir dar simplesmente um passeio pela natureza, tudo isso faz falta. Foram dois meses dentro de casa, só a sair para o básico (médico, supermercado, farmácia) com tudo planeado para evitar saídas. 
Aprecio cada vez mais as coisas simples, caminhar, ouvir a natureza, ver o pôr do sol, estar a ler um livro, ouvir música, estar em paz, isso é mais importante. Às vezes penso que as pessoas têm as prioridades trocadas, que não dão valor a estas pequenas coisas, que valorizam mais o trabalho e vivem numa redoma onde mal conhecem o sítio onde vivem. Mas não pensam que no trabalho são substituíveis, na vida pessoal não é assim. 
É por estas coisas e por tudo o que uma pessoa passa na vida aprende o que é realmente importante. A desligar de quem não nos faz bem, do que é tóxico, de nos livrarmos de tralha desnecessária, de dar valor ao que temos e valorizarmo-nos. 
Não importa que os outros não vejam isso, até porque o meu "verdadeiro eu" só o meu Homem conhece.
Ser introvertida é algo bom. Pensar antes de falar é bom (não falar antes de pensar). Ter o seu tempo para processar as coisas não faz de ti uma pessoa burra. Antes de tomar decisões há que analisar as coisas.
Agora que estou quase nos 30 cada vez mais penso "i'ḿ too old for this sh*t" porque cada vez tenho menos paciência para gente mesquinha, pessoas que são "deslumbradas" ou que só olham para o que os outros têm, mas não sabem o que essa pessoa passou para conseguir algo. Não sabem, apenas "assumem".
Tenho orgulho na pessoa que sou, na pessoa que me quero tornar, sei o que quero para a minha vida, e não aceito menos que isso. Se isso faz de mim "a bitch" que seja. Não tenho de fingir ser algo que não sou. 
Muito se falou do que aconteceu nos Estados Unidos, por causa de uma pessoa negra, mas o racismo está em todo o lado, não é só a cor de pele, infelizmente há sempre alguém a apontar o dedo, "é gordo/magro/preto/branco/não tem um braço etc" porque eu própria sofri com isso desde míuda, por ser diferente, por ter diabetes era olhada como a esquisita, a que tinha a comida diferente, etc, nem sei se cheguei a falar disto aqui, mas é preciso ver que o racismo não é só com a cor da pele. É em quem é diferente, ou tem algo diferente. 
Por exemplo, quando estive em Nova Iorque com o Homem, estivemos às compras no Whole Foods, e na caixa estava uma pessoa transsexual (nem reparei até chegar à caixa), reparei foi no atendimento, foi simpática/o, foi isso que eu vi. Cá em Portugal isso é inaceitável, uma pessoa que não se sinta bem com o corpo em que nasceu e mudou de sexo, é olhada de lado ou rotulada. Infelizmente é. Não aceitam, isso é triste. As mentalidades neste mundo têm de mudar. Têm de deixar-se de preconceitos de mer*a, uma pessoa é mais do que o que está à vista. Eu não ligo se a pessoa tem uma orientação sexual diferente, ligo sim à educação. 
Isto do racismo é algo que sempre existiu, o que é preciso é mudar as mentalidades, não se devem julgar as pessoas, apontar o dedo é feio. Mais amor, por favor. Menos violência. 
Beijinhos*  

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