Retrospectivas
Eu sei que ainda não acabou o ano, mas apetece-me escrever. Porque sim. Porque aconteceu tanta coisa desde Janeiro. Se no ano passado me dissessem que eu ia encontrar o amor da minha vida, e que ia pensar em casar, ficar noiva, o mais provável era levar esta responder " coitado, esqueceu-se dos medicamentos, tá maluco da cabeça". Há mais de um ano que deixei de tomar coisas para a depressão, aquilo ia-me destruindo aos poucos. E orgulho-me muito disso. De ter forças para conseguir isso. Não foi fácil. De vez em quando ando em baixo, mas acho que é mais da minha personalidade carangueja, um minuto feliz, outro melancólica. Sou assim. O ano todo a trabalhar, com uma semana de férias. Desde Março/Abril que já não andava motivada com isto, e continua. Tudo a seu tempo, ando frustrada é verdade, porque sei que sou capaz de mais, e mereço, que com as condições que tenho, é praticamente impossível poupar dinheiro, porque lentes, mais medicamentos para diabetes, mais gasolina, e a casa. O ginásio tem sido um escape, mas também se eu estiver sempre enfiada em casa dou em maluca, perto do ambiente dos meus pais, tóxico, não dá. Só sei que neste fim de semana tive mais paz de espírito que no resto do ano. Longe daqui, sem ninguém para criticar o que faço, ao pé da praia, do amor, até estranhei ter tanta paz, acho que tenho medo de ser feliz, porque tenho receio que alguma coisa estrague isso. Mas faz-me falta. Até me dou melhor com o meu irmão agora, vejo as coisas de maneira diferente. Mudei para melhor acho, deixei de ter paciência para tretas, não gosto não gosto, não sou de agradar a toda a gente, nem de falar muito da minha vida. As pessoas importantes sabem como sou, e é isso que me importa. As outras, bem que podem tentar saber de algo sobre mim, pouco ou nada sabem. Este ano li muito pouco, vi muitas séries, fiz muita coisa. Passeios, tirar fotos, ficar até tarde na conversa, cheguei a casa quando o sol estava a nascer, fui a London (baby) com o amor, fui pedida em casamento ("oi? eu casar? nãoooo").
Mais coisas, não sei. No amor sou feliz, no trabalho não. Hei-de estar sempre insatisfeita até encontrar algo melhor. Sair daqui, iniciar uma vida a dois, é algo que quero muito. Às vezes as mudanças são necessárias para crescer. Não tenho medo disso, sei o meu valor, posso não ser a rainha da festa, por ser pouco sociável, mas sou a princesa misteriosa. Acabei de inventar isto, digo com cada uma, sou assim. A felicidade provoca invejas, tenho notado tanto isso. Ir a passear com o meu noivo, e mulheres de 30 a olharem-me de alto a baixo. É uma coisa que não tinha reparado, mas é engraçado até, até porque sou uma mulher mais confiante, e gosto disso. Sei que já escrevi muito sobre a minha pessoa, mas de vez em quando dá-me para isto. :)
1 comentários
A vida está a encaminhar-se :) Tanta coisa muda de um dia para o outro quanto mais de um ano para o outro. O importante é estares bem.
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