Pensei muito antes de publicar isto, mas como não me conhecem,
porque não abordar um dos assuntos tabu que gera alguma polémica entre as
pessoas? Não sou púdica, mas também não sou daquelas mulheres que o faz com
qualquer um, não condeno a vida de ninguém, cada um faz as próprias escolhas.
Não entendo a vergonha que algumas pessoas têm em falar sobre
sexo. Por exemplo com alguém de plena confiança, ainda há aquela vergonha de
dizer algo. De opinar, falar sobre o que se gosta ou não, etc. Vou aqui admitir
algo que apenas uma pessoa sabe. Não tenho sexo há dois anos. Praticamente
desde que não tenho namorado. E o que é que isso tem a ver, perguntam vocês?
Nada, há quem goste de o fazer com desconhecidos, eu não gosto, é estranho. E
sei disso porque já o fiz. Não faz de todo o meu género. Sou uma pessoa sentimental.
Claro que tenho desejos carnais, e penso nisso, mas quem é que nos conhece
melhor que nós mesmas? Para alguma coisa serve a masturbação. Quem não o faz?
Podem dizer que não, “ah tenho namorado, não preciso disso”. A não ser que seja
um Deus sexual, nem todas as vezes são boas. Uma mulher nem sempre tem prazer,
nem sempre tem disposição para tal, ou com crianças e trabalho, casa para
cuidar, o tempo nem sempre chega. Se os maridos ajudassem, erro, se fizessem
metade das tarefas das mulheres, acredito que até era um turn-on para isso.
Porque as tarefas domésticas não cabem só e exclusivamente às mulheres.
Experimentar coisas novas, podem dizer que não gostam, mas
como o sabem se nem tentam? Lá está, não sabemos se gostamos de algo sem
experimentar. Há tanta coisa, brinquedos, uma noite diferente, ser submissa ou
dominadora, uma lingerie mais provocante, etc, são sempre coisas que se podem
fazer, nem é preciso gastar muito para isso. Eu sou da opinião que mais vale
qualidade do que quantidade. É preferível ter sexo uma ou duas vezes por semana
mas que seja bom, do que quatro ou cinco só para cumprir calendário. Torna-se
rotineiro, se começa a ser sempre igual depois é normal que se perca a vontade.
Gosto de sexo. Mas isso não quer dizer que o faça com
qualquer um, antes pelo contrário. Tenho desejos, posso sentir-me atraída por
alguém, mas coisas de uma noite não são para mim. Entregar o corpo a alguém
pode ser fácil para alguns, mas para mim é preciso ter confiança, amar essa
pessoa, não é algo leviano, é sério. Podem dizer que sou antiquada, mas não
sou. Apenas tenho as minhas escolhas. Sei o que quero e o que não quero. Não tenho
preconceitos quanto às pessoas com escolhas sexuais diferentes. Gays, lésbicas,
bis, são pessoas, e merecem ser tratadas como tal. Acho que deviam aprovar a
lei da adopção para casais do mesmo sexo, não vejo porque não. Há tanta criança
e precisar de carinho, rejeitam algo só porque é diferente, porque não é
habitual, chamem-lhe o que quiserem, mas para mim é preconceito.