Há gente que não tem mesmo noção. Certo dia estava no
facebook a falar com uma ex-vizinha que emigrou, quando, de repente, um tipo
diz: “olá winda, qdo nos encontramos? “
Seriously? Mas de onde é que este me saiu? É por coisas
destas que é raro usar o chat. Desliguei logo aquilo. O msn já se devem ter
passado uns dois anos que não vou lá. Esta gente só sabe assassinar a língua portuguesa.
É medonho. Esta facilidade das redes sociais, hoje em dia, é meio estranho.
Longe vão os tempos em que descobri o chat do bla bla, aos 15 ou 16 anos, e falava
com qualquer pessoa. Modernices. Hoje as miúdas de 12 anos têm fotos em poses
impróprias para a idade, a que qualquer pessoa pode ter acesso, e sabe-se lá o
género de pessoas que estão do outro lado do ecrã, pode ser perigoso, nunca
fiando.
Está tudo demasiado informatizado,
pode ter vantagens, mas o lado mau é que não há tanta comunicação cara-a-cara.
Não há aquilo de conhecer a pessoa, conhecer os gostos, não conhece, vai “pesquisar
ou ver no facebook”. Acho que nasci na década errada. Secalhar posso estar a
ser antiquada, mas eu admito que não tenho paciência para coisas infantis. Para
namoros de “chacha”, do género chegar ao pé do namorado num bar, e nem sequer o
cumprimentar nem que seja com dois beijinhos (até nem é essa a questão) e
depois não dizer um piu, passar a noite a escrever mensagens e a olhar para o
telemóvel. O que é isto? É estúpido. Mas cada um é que sabe de si.
Não tenho jeito para encontros, é raro até os ter, mais
porque não me sinto preparada para isso, e "antes só que mal acompanhada".
Ando muito com esse lema ultimamente. Às vezes não tenho pachorra para ouvir mais “tens
de arranjar namorado, queres ficar solteirona?” – uma prima disse-mo à dias – mas que
raio, é obrigatório ter uma companhia? É suposto ter uma "alma gémea"? Se é que isso existe, nem o sei. Ao menos assim não me chateiam, só
alguém que me faça apaixonar e que consiga passar a minha “muralha de protecção”
valerá a pena. Não aceito migalhas, posso não saber definir o que quero, mas
sei bem o que não quero para mim. Sei que mereço quem me faça feliz.
Conheço-me, só quando tenho plena confiança com alguém é que consigo ser eu
mesma, porque quando gosto de alguém entrego-me por inteiro, não meço o que
sinto, e sei que um dia alguém especial me fará apaixonar. Hoje não é o dia. Até
lá, a vida continua.